Não é raro vermos crianças pequenas trocando de brinquedos e, então, podemos acabar flagrando um menino entretido com panelinhas coloridas e uma menina friccionando um carrinho.

Esta cena muitas vezes assusta os pais, que ainda têm arraigado o conceito de que há brinquedos para a menina e brinquedos para o menino.

Mas quem definiu isso? As crianças certamente é que não foram!

“Brinquedo de menino e brinquedo de menina” é uma ideia que reproduz antigos preconceitos. Uma ideia que tinha sua razão lá no passado, quando as mulheres eram criadas para serem donas de casa e mães de família. Mas, no século XXI, “brinquedo de menina” e “brinquedo de menino” não fazem sentido algum.

As mulheres de hoje dirigem automóveis, lutam, escalam montanhas,… ou seja, podem e fazem de tudo. O mesmo vale para os homens, que no mundo moderno também cozinham, cuidam da casa e dos filhos enquanto as mães trabalham.

Qual o problema de uma menina querer uma fantasia do Hulk?

Por que um menino não pode brincar de comidinha?

Brinquedos não têm gênero… São só brinquedos. São os pais que as ensinam que azul é cor de menino e rosa é de menina; boneca é para a menina e carrinho é para menino.

Brinquedos e brincadeiras estão ligados a um contexto cultural. É na ludicidade que a criança vivencia e absorve o mundo que a cerca. Ao brincar, a criança desperta a curiosidade do que está à sua volta. Quanto mais ela estiver livre para explorar, mais rica será essa experiência e, maior, a sua aprendizagem.

Quando os pais limitam os papéis dos filhos, por exemplo: isso não pode, não é coisa “de menina”, acabam limitando o processo de aprendizado da criança nas atividades lúdicas e, por consequência, estimulam preconceitos futuros, dos mais bobos – como “mulher não sabe dirigir”, aos mais sérios – do tipo “homem não pode chorar”.
Segundo especialistas, um menino brincar de casinha ou uma menina jogar bola, muitas vezes faz parte do desenvolvimento natural das crianças. Sem caracterizar e determinar identidade ou orientação sexual.
Meninos e meninas que desempenham diferentes papéis em brincadeiras – pais, filhos, super-heróis, bandidos, caminhoneiros, bombeiros, caixas de supermercado, etc – acabam desenvolvendo melhor suas habilidades emocionais e sua capacidade de criação.

Na Sonho Encantado, estimulamos o aprendizado através da ludicidade e da criatividade. Nosso painel no Espaço da Aula Viva, com ilustrações de diferentes comércios da cidade, foi criado exatamente para isso: para que todos, meninas e meninos, brinquem que estão tanto “consertando” o carro na oficina, como indo ao supermercado fazer compras.