Cuidando da saúde das crianças no inverno

Cuidando da saúde das crianças no inverno

A queda da temperatura e outros fatores representam, nessa época do ano, riscos a nossa saúde, favorecendo o aparecimento de algumas doenças. Veja aqui como se proteger delas.

Durante o inverno, percebemos muitos casos de infecções das vias aéreas superiores (IVAS), causadas por vírus ou bactérias, em crianças menores de cinco anos. São resfriados (rinofaringites), faringites, amigdalites, sinusites e otites. Cada criança tem, em média, 7 a 10 desses episódios por ano, mais concentrados no inverno. A gripe, diferente dos resfriados comuns, pode apresentar maior gravidade. Muitas dessas doenças são facilmente transmitidas de pessoa para pessoa e a duração, intensidade e gravidade dependem de condições individuais e, também, de fatores ambientais, higiênicos e nutricionais. Em geral, são quadros leves, mas que causam desconforto e prejuízo para as atividades da criança.

A transmissão dessas doenças se dá por contato direto, por meio de gotículas de saliva, emitidas ao falar, tossir ou espirrar. Considerando que no inverno há a tendência de as pessoas permanecerem mais juntas, em ambientes fechados, não é de estranhar que o número de casos de IVAS seja maior nos meses frios do ano. É importante ressaltar que outras doenças, como meningite, por exemplo, também são transmitidas dessa maneira.

O que podemos fazer, então, para minimizar a ocorrência dessas doenças, e ao mesmo tempo permitir que as crianças continuem explorando ao máximo as suas potencialidades?

– Em primeiro lugar, manter os ambientes abertos, bem arejados. Proporcionar atividades ao ar livre, aproveitando os melhores horários para o banho de sol, que se faz mais necessário no inverno.

– Agasalhar as crianças de acordo com a temperatura ambiente e preparar-se para as variações de temperatura durante o dia.
– Cuidar ao sair do banho, evitando correntes de ar e variações muito bruscas de temperatura. Secar bem os cabelos das crianças também é importante.

– Não deixar de oferecer líquidos, pois isso ajuda a manter as secreções fluidas. Não descuidar da alimentação, pois a criança bem nutrida é muito mais resistente a infecções.

– Manter o nariz sempre limpo, já que é a principal porta de entrada dos vírus e bactérias.

– Há vacinas contra a gripe (influenza) e outras doenças que devem ser consideradas. Também são recomendadas as vacinas contra varicela (“catapora”), e as conjugadas contra meningococo C e pneumococos. Todas elas têm relação com o inverno.

Todos esses pequenos cuidados somados a muito afeto devem fazer a criançada passar bem durante os dias de inverno!

Dr. Joel Bressa da Cunha
Presidente do Comitê de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro
Membro do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria

Cuidados com o lanche dos pequenos

Cuidados com o lanche dos pequenos

Com uma rotina atarefada, cuidar da alimentação diária das crianças é um desafio. Aqui daremos algumas dicas para tornar essa atividade mais fácil e prazerosa. Confira!

As crianças estão em fase de crescimento e necessitam de alimentos nutritivos e saudáveis para atingirem as necessidades nutricionais diárias. Para os pais, o maior desafio é unir praticidade e saúde, oferecendo um lanche saudável e de qualidade que seja atrativo aos olhos da criança. Nem sempre o mais prático é o melhor!

Nossas dicas para uma lancheira saudável são:

– Um alimento rico em carboidrato: pães integrais, pães tipo bisnaguinha, biscoitos integrais, bolos sem recheios e barra de cereais.
Para deixar este lanche ainda mais saboroso e saudável, vale usar geléia de frutas ou polenguinho, pois não precisam de refrigeração.

– Bebidas: Alterne sucos de frutas, água de coco e chás de frutas. Evitar achocolatados todos os dias, pois possuem muita gordura e açúcar.

– Fruta: importante que esteja sempre presente, todos os dias. Aqui o ideal é variar, inserindo frutas diferentes na alimentação da criança.

Uma criança bem nutrida brinca, cresce, aprende e se desenvolve melhor!

Até breve,
Dra. Carmem Braga
Nutricionista Clínica e Funcional

Vitaminas para o desenvolvimento das crianças

Vitaminas para o desenvolvimento das crianças

Você sabia que as vitaminas podem ser excelentes aliados na prevenção de algumas doenças, principalmente aquelas que aparecem durantes as baixas temperaturas? Veja aqui como usar as vitaminas a seu favor!

O frio facilita a proliferação de vírus e bactérias, por isso as mudanças climáticas favorecem o aparecimento de alergias e infecções. Sendo assim, é durante o inverno que devemos reforçar a ingestão de frutas e vegetais ricos em vitamina C.

A vitamina C ou ácido ascórbico é um nutriente que participa de vários processos metabólicos no organismo. É o antioxidante mais eficaz presente no sangue humano, sendo importante na proteção de doenças degenerativas, infecciosas e relacionadas ao estresse. A vitamina C possui um efeito estimulador sobre os glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo.

Os alimentos mais ricos em vitamina C são: Acerolas, laranjas, limão, kiwi, morango, mamão, melão, manga, caju, goiaba, tangerina, tomate, pimentão e couve.

É importante ressaltar que a vitamina C é muito instável e reage com oxigênio do ar, luz, água e altas temperaturas. Por isso, ao preparar sucos, é importante consumi-los rapidamente, pois só assim todas as propriedades desta vitamina serão aproveitadas.

Até breve,
Drª. Carmem Braga – CRN 2957
Nutrição Clínica Infantil e conscientização alimentar

O manejo da febre em pediatria

O manejo da febre em pediatria

Muitos pais ficam alarmados ao perceber que a criança está com febre e logo recorrem aos medicamentos para acabar com este sintoma. Mas será que essa atitude é a recomendada pelos pediatras?

O objetivo desse texto é chamar a atenção para o uso exagerado de remédios para febre (antitérmicos ou antipiréticos). Isso se deve, provavelmente, à crença de que a febre é um sintoma muito ruim e precisa desaparecer rapidamente. Essa crença é tão forte que já existe um termo para descrever esse medo da febre, que seria a “febrefobia”.

Febre é a elevação da temperatura do corpo acima da variação diária normal. É uma resposta fisiológica complexa à doença, caracterizada por uma elevação regulada da temperatura e ativação de sistemas imunológicos. É benéfica porque é parte de um sistema que ativa as defesas do organismo. Ao contrário do que muitos pensam, tem baixa probabilidade de causar danos (a possibilidade de danos neurológicos existe somente a partir da temperatura de 42ºC). Além disso, há evidências de que a supressão medicamentosa da febre provavelmente aumentaria a gravidade da infecção.

Pesquisas mostram a preocupação exagerada de muitos pais com febres baixas, que seria a temperatura axilar em torno de 38,5°C, fazendo com que meçam a temperatura mais do que de hora em hora durante episódios febris; 25% administram antipiréticos para crianças com temperatura normal, abaixo de 37°C; 67% dos pais afirmam alternar drogas antipiréticas (em geral, acetaminofeno e ibuprofeno), prática não recomendada nos consensos de especialistas. A maioria dos pais afirma que usa antipiréticos seguindo a orientação dos pediatras. Considero oportuno o relatório da Academia Americana de Pediatria, de 2011, endossado pelo Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria, que recomenda aos pediatras minimizar a chamada “febrefobia”, promovendo o manejo seguro e racional da febre.

As condutas gerais frente à criança febril têm três objetivos principais:
– reconhecer sinais de doenças potencialmente graves;
– melhorar o conforto da criança;
– manter um estado adequado de hidratação.

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O primeiro objetivo exige o reconhecimento de sinais de alerta de gravidade: idade inferior a três meses, principalmente recém-nascido; febre de mais de 39,4°C (especialmente se acompanhada de calafrios); mau estado geral, com letargia e/ou irritabilidade excessiva, ausência de sorriso; pele muito pálida; choro inconsolável; respiração gemente, entrecortada ou ofegante; duração da febre maior que 72 horas. Nessas circunstâncias, a criança deve ser levada imediatamente para avaliação médica.

Crianças com febre não devem ser despidas ou muito agasalhadas. Caso a criança febril sinta frio, pode ser protegida com um cobertor. O ambiente deve ser bem ventilado; a criança pode ficar ao ar livre, sem exposição direta ao sol.
Líquidos de qualquer natureza devem ser oferecidos com frequência. A oferta de comida deve respeitar a aceitação natural; lembrar que drogas antipiréticas não melhoram o apetite.

Falando nesses, como fica o uso dos antipiréticos? Segundo o relatório, os remédios não devem ser utilizados com o objetivo de reduzir a temperatura em si em crianças que pareçam estar se sentindo bem. Devem ser reservadas para crianças com desconforto físico ou dor. Há um consenso de que antipiréticos devem ser reservados para febres acima de 38,2°C (essa é a recomendação da Organização Mundial da Saúde), mas principalmente para minimizar o desconforto. O relatório recomenda também que não se use mais de um medicamento, intercalando drogas diferentes, já que os resultados são clinicamente desprezíveis e há risco de dano aos rins e de erros de dosagem por confusão dos cuidadores.

Em resumo, a febre deve ser considerada benéfica em princípio, e o uso de antipiréticos deveria ser reservado para as crianças com temperatura a partir de 38,2ºC e com dor ou desconforto. Espero ter trazido informações úteis para que, frente à criança com febre, nossas condutas sejam tranquilas e bem pensadas, decididas em conjunto com os pediatras de seus filhos.

Joel Bressa da Cunha – Médico
Membro do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria
Presidente do Comitê de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro