Do prazer de ler ao prazer de escrever ou vice-versa
13 de dezembro de 2016Os cuidados na hora de comprar alimentos no mercado
1 de fevereiro de 2017O estabelecimento de uma nova estrutura legislativa e o aparecimento de novas linhas doutrinárias e metodológicas no âmbito do currículo escolar representaram um forte impulso modernizador para todas as etapas educativas, gerando um processo de melhoria da escola em seu conjunto.
A modernização do sistema educativo geral, no entanto, implica desafios. Dentre eles, a necessidade de integração das propostas curriculares para a constituição de um projeto político pedagógico formativo integrado, a conquista da autonomia institucional pela escola, e o avanço em direção ao desenvolvimento profissional e à consolidação do compromisso com educadores e profissionais do currículo.
A evolução do conceito de atendimento à infância, decorrente do desenvolvimento científico e consequente das demandas sociais, trouxe aos nossos dias seu reconhecimento como etapa educativa a ser realizada em instituições próprias, em complementação à educação familiar e da comunidade, como preconiza a Lei 9394/96, em seu Art. 29, na Seção II do Cap. II, referente à Educação Básica.
Integrando o sistema educativo como primeira etapa da Educação Básica, a Educação Infantil também apresenta desafios. Para corresponder às demandas deste novo contexto de trabalho, a Escola de Educação Infantil deve incorporar transformações que dizem respeito à nova sensibilidade internacional em relação a uma melhoria da qualidade de vida da infância; à inserção generalizada da escola para crianças de três anos de idade; à efetiva adoção de um novo modelo curricular e à resposta sobre as necessidades de formação e desenvolvimento profissional de professores especialistas em Educação Infantil.
Na Educação Infantil, os desafios do sistema educacional ganham conotações específicas, referentes ao desenvolvimento institucional desta etapa da educação; a fundamentação de um novo conceito de criança pequena como “sujeito” da organização; a organização do currículo da Educação Infantil a partir dos dois pontos anteriores e a revitalização profissional de seus professores.
Tradicionalmente associado a práticas escolares vistas como negativas pelos profissionais de educação infantil, o termo “currículo” era tido como incompatível com a ideia de “escola” que se tinha para este tempo “pré-escolar” de atendimento à infância. A pré-escola deveria ser simplesmente um lugar aprazível, onde as crianças se sentissem bem, convivendo em ambiente agradável, favorecedor do desenvolvimento das diferentes capacidades humanas.
Hoje, reconhecida como instância educativa, a Educação Infantil exige, para sua realização, esse mesmo espaço prazeroso e estimulante, construído com base numa análise multifocal da realidade, referente às questões sócio-culturais, psicológicas, disciplinares e pedagógicas.
Por sermos parte de uma determinada sociedade, compartilhamos uma série de valores, conhecimentos e hábitos que são próprios do contexto cultural ao qual pertencemos. Esses conhecimentos sociais são adquiridos através de nossa participação em diferentes contextos e de maneiras diferentes conforme as idades: primeiramente na família, e posteriormente nas instituições educativas, através dos meios de comunicação e a partir de nossas relações com diferentes grupos sociais, relacionados ao mundo do trabalho ou do lazer.
A Escola, instância educativa por excelência, tem por objetivo integrar crianças e jovens à cultura de seu grupo, de modo a torná-los participantes. É seu propósito favorecer o desenvolvimento pessoal do aluno, de modo a ampliar sua possibilidade de participação e atuação crítica em relação aos saberes culturalmente organizados. Assim, temos Currículo como o conjunto de saberes culturais considerados necessários à formação das pessoas que vivem num determinado contexto social e cultural.
O reconhecimento da Educação Infantil como instância educativa exige, portanto, para sua realização, além de espaço prazeroso, como nas demais etapas da educação, uma estrutura curricular, onde se apresente seus propósitos formativos, onde sejam previstas situações para que as crianças possam desenvolver suas capacidades como seres humanos (cognitiva, linguística, interpessoal, intrapessoal e motriz). Um currículo que determine áreas de experiências, orientações metodológicas e conteúdos mínimos essenciais para a realização de seus objetivos gerais e específicos. Também como nas demais etapas, esse desenvolvimento apresenta-se vinculado ao aprendizado de determinados saberes culturais, que permitem o conhecimento do mundo.
A Creche Sonho Encantado, pretendendo que suas crianças, além de aprenderem coisas, saibam como utilizá-las para continuar aprendendo, organiza seu currículo em torno de áreas específicas, referentes a âmbitos de experiências muito próximos da criança: a descoberta de si mesma, a descoberta do mundo natural e social, e a descoberta da intercomunicação e das linguagens.