Birra, você está preparado?

A criança começa a chorar e em poucos minutos já está gritando, esperneando e se jogando no chão.
Quem nunca passou ou presenciou a cena de estarmos em algum local público com uma criança que se esgoela, chora, bate pé e se debate diante de alguma negação ou frustração?

A birra é um comportamento muito comum apresentado por crianças, mas nem sempre compreendido em sua essência pelos pais, os quais, em muitas situações, ao se verem constrangidos, cedem ou apelam para a punição física.

Desde muito cedo as crianças procuram testar os limites daqueles que as rodeiam.
A birra é um sintoma de que a criança não está conseguindo lidar com uma frustração e de que ainda não tem habilidades (ou maturidade) de se comunicar de outra forma.
Elas identificam facilmente os adultos que cedem as suas manhãs e os que não cedem, elaborando, assim, estratégias diferentes para lidar com cada pessoa em cada ocasião.  Se a criança compreender que determinado comportamento a leva a conseguir o que deseja, é natural que volte a repeti-lo.

Educadores e psicólogos, em geral, concordam com a afirmação: criança precisa de limite!
Mas o limite estabelecido à criança precisa ter regras claras, coerentes e acessíveis, pois ela precisa sentir que está ao seu alcance cumpri-las.
As regras são fundamentais para a construção do caráter, dando segurança à ação da criança. É preciso ensiná-la a lidar com o “não” e com a frustração, já que na vida, nem sempre, nossas vontades podem ser satisfeitas.

A Sonho Encantado listou algumas ações que podem ajudar pais e filhos diante desta situação.

• É sempre bom lembrarmos que educar exige paciência e perseverança.

• Se a birra ocorrer em local público, não ceda à vergonha. Mais importante “do que os outros vão achar” está a formação da educação do seu filho.

• Bater e xingar nunca são uma boa opção. Existem outros caminhos que geram resultados mais duradouros e melhoram os vínculos entre vocês.

• Explique claramente o motivo do “não” para que a criança compreenda as circunstâncias da negação.

• Mantenha um tom de voz baixo e tranquilo. Não supervalorize a birra, nem se mostre exaltado. Quando a criança perceber que fazer birras não é a melhor estratégia para conseguir o que quer, vai desistir e deixar de manifestar sua contrariedade pelo choro.

• A criança precisa aprender que há momentos em que vai ganhar ou poder fazer algo que deseja e momentos em que não poderá e não ganhará o que quer. Esse aprendizado é algo valioso para o resto da vida!

• Não vacile em usar o “não” sempre que a criança tiver um comportamento que possa colocar em risco sua segurança ou a de outros, como o de arremessar objetos ao chão, por exemplo.

• Tente compreender os sentimentos que motivam a birra,ouça, converse e conforte a criança caso se sinta ansiosa ou com vontade de se expressar. Assim que estiver mais calma, tente conversar com a criança, explicando o porquê do “não” que recebeu. Demonstre que você se importa com ela com atos de carinho.

Como dito no primeiro item acima, educar exige paciência e perseverança.

Na Sonho Encantado, onde cada pequenino e pequenina é protagonista de uma vivência coletiva (a escola e seus múltiplos espaços), nos dedicamos a trabalhar regras com as crianças, um exercício demorado e que demanda constância.
É por meio desse exercício que a criança entenderá que a regra serve para estabelecer os direitos e os deveres de cada um, não se reduzindo, apenas, em mera proibição.

Esse aprendizado deve ser construído, também, no dia a dia nas relações familiares, para que possa se sedimentar e se estender nas inúmeras relações que a criança desenvolverá ao longo de sua vida.
Nossa equipe está sempre pronta para tirar as dúvidas dos pais e ajudar em situações que envolvam o crescimento e o desenvolvimento dos pequeninos.